segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Conclusão

Percebi que sou triste.
Não foi algo inemaginável,
contudo fora negado.
Irrefutável esta condição
de solidez deprimida.
Apenas, se,
com momentânea alegria.
É rara esta situação
Percebi, além disso,
teimosia de pensamento.
Pensamentos que me atormentam
e eu continuo pensando.
Não é sem querer que penso.
Percebi que sou triste,
mas de cuja tristeza
estável e ,de mim, antiste.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Poema Prostrado.

Um caco de vidro quebrado
O quebrado vidro, um caco.
O vidro, um caco, quebrado.
Um vidro, o, quebrado caco.

Um caco de vidro q
u
e
bra
d
o caco.

Conflitos embaçados

Pode ser que eu esteja errada
com essa certeza tão veemente.
Mas o que é o errado se não
o certo invertido?
Tenho certezas de espelhos.
Espelhos curvos, planos e
inexistentes.
Tenho tantas verdades
sinuosas quanto verdades
mentirosas; contudo
verdades são.
Sou axiomas refletíveis
e de transparência duvidosa.
Verdades que quando se rompem
dão-me 7 anos de azar
e cacos quebrados.

O doce

O doce está lá.
Imóvel, indesejável e desejável.
São poucos passos
até ele deixar de estar.
Eu teimo e ele continua.
Imóvel, indesejável e desejável.
Nessa hora minha mente
já deu todos os passos precisos.
Sua imagem aguça meus instintos.
O que me faz resistir?,
é um inofensivo doce.
Eu permaneço indesejavelmente
para não alcançar o desejável.
Não é masoquismo.
Mas, ceder será a prova
de que o mais inofensivo dos doces
é nocivo para mim.
Eu o desejo e ele continua parado,
tentando-me a dar os tais passos.
Eu permaneço.
Permaneço ansiando o açúcar.
Eu permaneço.
...

É nocivo.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Manual

Alguém me diga, por favor, o que eu devo fazer.
Alguém me diga, por favor, como devo me portar.
Soprem, então, uma receita de como ser.
Escrevam, para mim, uma forma de alegrar.
Despida, assim, nua e crua é tão errôneo,
fraco, suponho.
Alguém me grite, por favor,que tudo é normal.
Tudo vai ficar bem, que é uma dor convencional.