sexta-feira, 29 de abril de 2011

Perder

Eu tinha poucos amigos no colégio,
poucos e que me faziam rir muito.
Nunca fui o tipo de pessoa que
ia falar com as outras, que
telefonava e pergunta ''Como vai você?''.
Eu sou a amiga que ninguém
precisa ter, aos poucos
foram notando isto.
Eu sou amiga que não
vibrava muito com a sua alegria,
que não chorava com tristeza.
Mas, talvez, fosse a amiga
mais leal e verdadeira.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Mercenária

Denise nunca sentira amor.
Tinha orgulho disto e ostentava
a todo instante.
Namorou com poucos homens,
achava o mundo repugnante.
Denise era tão estranha que
se dizia metafísica.
Ela se apaixonava por pessoas,
mas apenas por aquelas críticas.
Talvez fossem os cérebro que
cativassem Denise, os cérebros alheios.
Desgostava muito fácil quando
percebia, dos namorados, os anseios.
Quase sempre cogitava
morrer virgem e solteira.
Todavia era esperta e sabia:
"Preciso pensar na minha
situação financeira."

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Lembranças de alguém

Tenho saudades de mim,
do tempo em que eu escrevia;
o tempo em que o tempo
para mim se estendia.
Aquele cheiro de bolo
que eu devorava por inteiro,
o colo infantil e sem nenhum lamento.
Meus pés corriam para brincar,
os mesmos pés hoje ainda correm
para não se atrasar.
Tenho saudades de mim,
de quando eu me conhecia,
saudades de saber o que eu queria.