sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Pessoas

Dou-me conta, hoje, no auge
da minha mocidade que relacionamentos
não são para mim.
Minha mente que é, em demasia, densa,
usurpa minha alma não podendo depois
ser divida.
Nunca amei, mas não posso dizer que
nunca sonhei com isso.
Pessoas normais relacionam-se e até
namoram.
Pessoas como eu flertam à distância
e, mesmo quando belas, não conseguem
concretizar relacionamentos.
A incapacidade de estabelecer
intimidade é evidente e atrapalhada;
incoerente.
As ambições são individualizadas,
o anseio por romance é idealizado.
Existe mais poesia constante que
realidade plausível.
Os sonhos e a insanidade beiram o limite
entre os sentidos e o exterior.
A arte está em tudo, até nos corpos dos
amados; isso quando a repulsa e o medo
da intimidade ainda não se manifestam.
Os calos são mais doidos, as emoções ficam
dificeis de controlar, somos desequilibrados.
Por vezes a parte animal se revela, gerando assim,
a vontade de romance.
Dura pouco, até perceber que as pessoas
decepcionam.
A vida parece insuficiente, mas a ausência dela
deprime em um dia de chuva.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Paradoxo da existência

As vezes a vontade não basta
para mover um corpo estático.
A inércia, por vezes, requer um
força maior do que o habitual.
Então quando o sentimento de
frustração aparece, torna-se
mais difícil o movimento.
A mera existência não é suficiente
no mundo, espera-se ação e reação.
Assim, a agonia aparece, bloqueando
até os pensamentos, deixando
a existência cada vez mais superficial.
Logo não existe mais matéria, não é mais
uma questão de ninguém,
e a massa é um fardo.