Ele não merece as minhas palavras.
É para quem não devo sorrir,
e muito menos devo pensar.
Mas faço errado.
Sonho com o ciclista,
aquele livre de mim,
aquele que não me dirige.
O homem cujo o tempo não me cabe
e as pedaladas vão pra longe.
Então eu escuto a sua voz,
leio suas ideias e o devoro.
Encharco-me sem finalidade,
apenas por poesia.
Ele pedala em direção a outra.
sábado, 28 de abril de 2012
Para as garras de sofia
Ele era grande, mostarda
e de canto.
Mãe Joana colocava um manto,
rendado, surrado e de pano.
Ficava sempre na janela,
por vez tomava chuva e
sol quente em demasia.
O sofá, que antes sorria,
doía com a gata, com as
garras felinas de Sofia.
O triste objeto já
havia tido anos dourados.
Seu encosto almofadado
prestigiara grandes clássicos.
Mas, nada mais importava.
O gigante mostarda conhecia o
seu futuro de sucata.
Joana estava de mudança,
mudança de casa e de classe.
O sofá descasava da atual finança.
Triste fim, senhor mostarda.
Mesmo com o corpo forte, sofia
inutilizou você.
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