quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Egoísmo da madrugada.

Edgar estava de noite. Escutava
música francesa enquanto tomava
café de madrugada.
O quarto onde estava era pequeno
e mal mobiliado, quem ligava?
Haviam coisas mais importantes,
como a caixinha de recordações.
Ela guardava cartas que, outrora,
recebera, nunca mais se repetiu.
O violão desafinado o encarava,
suplicando alguns dedilhados.
Edgar mantinha-se à escrever.
Era a única forma de tirar Sofia
da cabeça, passava para o papel.
Sofia não era bonita, mas inteligente.
Quase ninguém a notava,
mas Edgar notou.
Esse fora o pior erro dele.
Outro homem, mais rápido,
namorava-a.
A luz mantinha-se apagada.
Sofia não falava mais com Edgar,
a distância doía roubando a atenção dele.
A paixão pode ser muito egoísta,
uma noite inteira para Sofia, sem Sofia,
é algo injusto.
Edgar pretendia parar com isso, estava
esperando o sentimento esgotar-se.
A caixa de recordações recebia
a luz da lua.
Ele lembrava o tempo todo de coisas de amor.
Sofia.
O violão ficava apagado e chorado.
Edgar tinha esquecido de todo o resto,
exceto Sofia.

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