quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

-Eu tô precisando de um pouco de poesia prática.

Sonhei que você morria, mas quem perdia a vida era eu.

domingo, 9 de dezembro de 2012

Eu sou poeta só,
só de vez em quando.
Só enquanto inspira o eu choro
o teu pranto e o teu lamento.

Rimo verso, meço frase,
e se couber espaço,
ponho ali minha saudade.

As vezes sou direto,
cito a fonte, me declaro!
Vez por outra sou discreto,
me resguardo nas entrelinhas
das estórias que eu crio.

E a ti, fulana,
eu chamo de Maria.
Tu que me ensinaste
que nem sempre os versos rimam,
que escrever é tão preciso.

Mas eu sou poeta só,
só de vez em quando.

Por: Poetinha Dissonante.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Acho que estamos indo bem, não estamos?, por uma simples linha reta.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Quem sabe, se me arranjar tempo, eu me arranjo do seu jeito.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

    Quando pequena me deram de presente um novelo de felicidade. Era para eu, aos poucos, tecer um belo agasalho para me proteger dos invernos da alma, um suéter quem sabe, com pontinhos de alegria.
Comecei, fazia torto, mas fazia. Teci primeiro as mangas, era mais fácil. Quando percebi tinha feito pra mim braços enormes, do tamanho do mundo por querer tudo dentro dos meus braços e abraços. Por querer controlar o que não me era de direito, perdi o controle e faltou linha para vestir o meu peito. Inverno por inverno eu congelava meu coração, pouco batia, só o suficiente pra me deixar passando frio. Braços quentes para abraçar eu tinha, só não possuía mais meu coração alegre.


Vá à merda.
Mas se quiser fazer uma parada pela minha vida antes saiba que deixei a chave embaixo do tapete.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Ele vai me perdendo enquanto eu deixo vários pedaços de mim pelo caminho.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

domingo, 11 de novembro de 2012

"Acabou, já venceu nós dois."

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

"Você me deixou sem palavras. Serve uma música?"
Serviu. 

Eloísa enganada.

 Eloísa foi reclamar das dores do peito.
      - Dói muito, você não tem ideia.
      - Imagino, senti isso uma vez.
      - Não, mas eu realmente gostava dele.
      - Eu já gostei muito de uma menina chamad...
      - Mas é diferente, único. Nós tínhamos uma ligação especial, com ele eu era eu mesma.
      - Era Clarice, ela era tão do...
      - Você pode me escutar um pouco? Estou partida ao meio e só tenho uma das metades pra mim.
      - A outra esta com Alberto?
      - É.
      - Sei como é isso...

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Canção primeira.

Sem pensar nas consequências
esparramo pelo vento
cada som, cada palavra
que convém eu lhe dizer.
Pouco importa quem mais ouça
meu cantar desafinado,
meu acorde aumentado
que não tem resolução.
Só te peço que escutes
essa minha melodia
e essa letra que expressa
o meu jeito de te ver.
E depois de escutardes
poderás compreender
que lá no fundo eu agonizo
por não poder ter você.

Por: Poetinha Dissonante.

sábado, 3 de novembro de 2012

Desisto de você, desta vez eu falo sério.
Desta vez eu não desenhei seu rosto em meu caderno
e nada olhei para as suas frases, fiz pouco.
Fizestes pouco, se não pouco nada.


segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Ela gritava para ele não sair da vida dela.

domingo, 28 de outubro de 2012

Ele me ama.
Não escrevo: ''Ele me ama!'', tão pouco ''ELE ME AMA''.
Apenas sinto e sei, ele me ama.

domingo, 21 de outubro de 2012

Um pólo pode atrair um outro sem ser atraído também?
Sou da teoria que diz: deve ter um outro imã mais perto dele.

sábado, 20 de outubro de 2012

Não sei por quais e quantos lábios a tua língua passeou,
quantos joelhos tentara acariciar e pernas abraçar.
Mas posso dizer que ficas belo ao fechar os olhos
para me encher de beijos ternos.
Ficas velho, por fazer meu tempo passar depressa
enquanto retira as minhas perolas e palavras.
Não quero saber para quantas já deu o seu afeto,
só quero saber de você, egoísmo talvez seja certo.
Por isso eu lhe peço para não me deixar fugir,
segura-me em tuas mãos riscadas de caneta.
Desenha-te em meus braços de volta, pois
só quero gostar de ti e que gostes de mim em troca.





segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Ai, como é bom alguém gostar da gente,
e como é bom gostar também.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Ele me arranca do chão e nem sei se os seus pés apontam para mim.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Maria Chiquinha.

domingo, 7 de outubro de 2012

Ei, moço, por qual razão você me lê e me leva bem de mansinho?

Tudo é tão bonito assim ou é apenas a miopia dos olhos dela?

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

José sempre me devolve a poesia que eu perco pelo caminho.
Acanhado, chega pelas sombras trazendo em suas mãos um
punhado de versos para enfeitar o meu cabelo.
Tenta me vestir com suas ideias e,
em prosa, tenta usar as minhas poesias.
José segue meus rastros e pedaços, junta meu quebra-cabeça
de peças tortas e sem encaixe.
Até fez um bom retalho, teve métrica e consonância de palavra.
Deu pena, José, minha poesia é de sofrer, de amar bem longínquo,
não há inspiração sem um bom chorinho.
Deu pra ver, meu José, que quando eu rimo é com rima branca,
de verso quase livre, de instância, verso refém sabe-se lá de quem.




quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Maria do bem-querer

Maria, sei o que queres:
Queres somente um dedinho de prosa,
um dedo ou talvez um braço,
de boa conversa e descontração.

Maria, talvez quisesse um pouco mais?
Um abraço talvez, um carinho e atenção.
Talvez me quisesse, Maria...
Mas não.

Maria, sei o que queres:
Queres o moço do violão,
queres demais.
Queres bem mais que ouvir sua canção;
na verdade o que queres, Maria,
é alguém pra querer bem.

Por: Renato Gustavo Miguel da Silva

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Caso saibas que és dono do meu pensar, favor devolver minhas ideias.
Música do meu grande amigo, Luis H. Sierakowsky.


quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Meu buraco negro é imune à minha antimatéria.

domingo, 23 de setembro de 2012

Sinal

Pareciam-me sinais de fumaça, mas era apenas uma fogueira queimando lixo.

Dia Ostinado



Música de: Carolina de A. Cesconetto e Ana Carolina B. Lima

sábado, 22 de setembro de 2012

Ideias para publicar.

Tentei me publicar na sua página,
confundi-me contigo e pensei como se eu fosse você.
Eu desejei continuar com a ideia após dar-me
conta do equivoco, parecia ser uma boa ideia.
Até que percebi que eu não sei o que você realmente
pensa, sei apenas o que eu gostaria que você pensasse.
Faria sentido isso tudo, mas só para a parte de você que
se aluga em mim, pegaria mal externar gratuitamente.
Apaguei as suas ideias que são minhas,
apaguei as minhas ideias de você.


sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Celebração de pavões

Acontecia sempre ao cair da noite e se estendia até o início da manhã. 
Os frequentadores eram pavões de todas as cores e preferências políticas, 
festejavam com penas caras todos os dias. 
O  ambiente tinha cheiro de cigarro, por mais que a gandaia mudasse de
endereço, e era sempre elamaçado de bebida; sujo e muito escuro. 
Mas a essa sujeira toda não era tão importante quanto as penas que 
os frequentadores ostentavam para atrair um parceiro e copular.
Existiam aqueles machos que ficavam apenas bebendo e observando;
aqueles outros que iam para a multidão e tentavam afirmar ser alfa;
existiam aquelas fêmeas que dançavam para atrair com sua descontração;
e aquelas outras que ficavam no canto esperando que todos reconhecerem 
a beleza de suas penas de luxo, financiadas pelo cartão das mamães pavoas.
Claro que a inversão de gênero sempre acontecia, tratando, assim, como 
fêmea não apenas o que a biologia determina e vice versa.
Nenhum pavão estava lá para encontrar vida inteligente.
Eram todos montados, nem seus dentes eram de verdade, mas é assim
que uma celebração de pavões deve seguir, com muitas cores falsas.

Uma delícia de musica da minha querida Paz.



quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Ele quer estar em um altar, cercado por mil santos inferiores, velas e virgens rezando em seu nome.
O amor é a maior poesia

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Homem de posses

João Bosco é um homem irritante,
juiz, quieto e muito rico.
Ingere sua comida de boca aberta, e
emite algumas onomatopeias em demasia.
Cospe, funga e passa sem sessar a
língua em seus dentes poucos e de ouro.
Bosco é de Iracema,
mulher bondosa e muito forte.
Aguenta manias de seu Bosco com tanta
garra e contentamento que só
poderia ser chamado de força.
Dono de terras e de almas, manda
e desmanda no sertão, tal um rei.
Mastiga com vigor a carne de seus homens,
delicia-se olhando e acariciando suas bezerras.
É pai de tantos bastardos cafusos,
é pai de tantas dores de Dolores;
é pai da miséria e pai da seca.





terça-feira, 18 de setembro de 2012

O amor dele desce com cachaça e só volta com a outra dose.
Se ao menos ele me desse um sinal de que esses 90% de mim valem a pena...

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Pequeno homem

Meu pequeno,
por qual razão mira tanto as estrelas?
Elas sempre se escondem de você e
brilham tão fingidas.
Por qual motivo se entregas tanto?,
amas tanto?
Amor demais te põe cabresto.
Mal sabe das coisas do mundo,
apenas se exila.
Meu pequeno, tu não és mai guri,
és homem feito;
tens barba e contas para pagar.
Aquieta-te, perceba as coisas.
Olhe para os lados,
lado de cá, para variar.
Não se jorrar tanto pelo mundo pode
ser bom, um pouco mais calmo e suave.
Meu homenzinho,
torrentes não levam a lugar nenhum.

Minha alma pesa mil toneladas.
Tentei recorrer á alguns regimes de internet
que diziam para eu deixar de amar;
Nutricionistas de chakras que me indicaram
doses homeopáticas abraços;
e até fiz cirurgia para diminuir meu coração comilão.
Tentei baixar a minha pressão e minha doçura,
cortei os amores mais pesados e mal passados.
Não via mais sabor ao sentir, degustar não existia.
Peso tamanho não é saudável, faz-me mórbida;
fiz exercícios de desapego e tonifiquei meu ego.
Até fiquei um pouco mais leve, de silhueta esbelta,
mas o que posso fazer?, não resisto a um dois amores,
na segunda eu recomeço o meu regime de você.

É justo a felicidade dele me fazer tão mal?

domingo, 16 de setembro de 2012

"De tanto leva "frechada" do teu olhar
Meu peito até parece sabe o quê?
"Táubua" de tiro ao Álvaro
Não tem mais onde fura"




sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Tragadas de alegria

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Supernova negra.


"Um novo encanto tomou-me
Lento, leve...perfumado,
Questionando o real valor
Daquilo que eu tenho amado;
Seduzindo os meus ouvidos
Com o que tem me mostrado."

Por: Alberto.

Poemoça

Hoje, querida,
não tem poesia;
Não tem rima nem verso.
Hoje, querida,
só quero olhar seu rosto,
onde habita um sorriso tímido.
Hoje é você a poesia.
Em cada olhar teu vejo as rimas,
e tuas linhas são como versos,
que se combinam e se entrelaçam,
formando em ti um poema.
O mais complexo que eu já li.

Por: Renato Gustavo Miguel da Silva

domingo, 9 de setembro de 2012

- Moro em Itajaí.
- Mas passa toda semana em Curitiba?
- Na verdade durmo na casa de amigos e em hotéis quando estou ai.
- E quando está em Itajaí?
- Um pouco na casa de minha mãe e da minha ex-namorada. Acho que não moro em lugar nenhum.


Meus olhos são pequenos,
você mal enxerga quando fitam você.
São olhos de quem se esconde
e cochicha, olhos de feridas.

- Você precisa se amar, Lucinda.
- Você se ama hoje?
- Especificamente hoje não.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Malabares para a dama


Bobo sem corte,
me conte uma piada.
Chegue mais perto,
sou a dama emburrada.
Dos seus malabares
com o meu coração
não restou mais nada,
só essa canção.
Toque seu banjo,
cante sobre a sua vida,
sou só uma dama
um pouco deprimida.

Persigo-te.
Não é de hoje nem é de ontem;
pode ser de um ano atrás.
Sigo os rastros do teu perfume,
teu bafo de cachaça,
teus restos das noites.
Sigo as notas do teu violão
e o leve desafinar da tua voz.
Sigo até os seus afetos,
amores e amigos.
Farejo-lhe como um cão faminto.
Sigo os rastros dos teus pés
e os apago para que ninguém
mais o faça.
Sigo teus fios de cabelo e
tua cara virada de ressaca,
teu bafo de cachaça.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Não leio livros para aumentar o meu vocabulário,
deduzo palavras, escuto pessoas.
Mais vale, para mim, um bom dedo de proza com
alguém inteligente do que afundar-me em uma literatura.
Prefiro prospectos humanos que leem-se com emoção,
dramatizam as palavras e verbalizam-se com o corpo.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Ele pediu para que eu virasse as páginas da partitura;
ele virou.

Antítese Trochiana.

Não sei se ele se esvai apenas dos meus dias,
ou se, cansado, desiste do mundo inteiro.
Não encontro mais aquela poesia,
que eu construía sempre ao lado dele. 
Fico fraca sem os meus versos e sem a 
voz de todas aquelas minhas rimas.
Eu fico fraca, perdida, não
não há mais candor nem serpentina.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Só pra saber, nesse tal filme de romance,
antes que o publico se canse, você me beija no fina?
Um sim cai bem, mas não se sinta obrigado,
porque um beijo obrigado na tela imprime mal.

Nem nome eu preciso ter...

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Eloísa e Alberto

Conhecer Alberto foi uma fatalidade, dessas inevitáveis e que o destino guarda direitinho a hora para acontecer, não há como fugir; Eloísa não teve como fugir.
Poucos anos antes do primeiro encontro a jovem pegou um panfleto na rua, como qualquer panfleto olhou e jogou fora. Nele estava desenhada a banda de Alberto, Eloísa gravou o desenho da banda, decorou seu nome mas nunca ouviu ou procurou saber mais.
Até que aconteceu, era a segunda semana do primeiro ano da faculdade da moça, ela tinha resolvido fazer parte de um projeto de composição. A sala estava cheia, todos os alunos de todos os anos do curso de Eloísa estavam lá, quando então pegou-se olhando para um rosto no canto da sala. Era um jovem qualquer, usava bermuda comum, camisa pólo, sapato comum e vestia o rosto com um óculos de grau comum. Mas tinha algo no sorriso, ou eram nos olhos?, Talvez nem fosse nada, o nada mais magnético que Eloísa já tinha visto. Continuou sua vida, nem pensava naquela face, apesar de volta e meia passar por ela e admira-la por alguns segundos até tudo voltar ao normal. Foi numa quarta-feira de noite a primeira troca de palavras.
Um conhecido de Eloísa chamou-na para apresentar um dos veteranos da jovem, Alberto. A moça estava com tanta pressa que deu um "oi" enquanto andava e fez um breve comentário do tipo: " que legal você ser meu veterano, muito prazer" até perder-se no horizonte. Em outra circunstância também falou rapidamente com o jovem, estavam entrando em um concerto da orquestra. Não sabia o nome do rapaz, só conhecia o rosto. A vida de Eloísa ainda era pacata e sensata, então ela viu o tal rosto magnético sentado em uma escada e começou a conversar com ele. Descobriu que a banda do tal panfleto era de Alberto e pediu para ser avisada quando tivesse alguma apresentação, seria interessante descobrir a sonoridade que aquele desenho tinha.
Neste ponto da história não tinha mais volta. Nada poderia ter acontecido de outra forma.
       - Oi, Eloísa, hoje teremos o show do meu grupo, ali no bar do França.
Ela foi, ouviu e se encantou. Comentou com algumas amigas que tinha levado e flertavam o vocalista do grupo:
        - Eu sei que não faz sentido, mas eu achava o saxofonista muito interessante- disse Eloísa tentando disfarçar o interesse por Alberto e esperando aprovação das amigas.
        - Que nada!, ele é feio, o vocalista que é muito charmoso.
        - É verdade, ele é meu- retrucou a jovem tentando fugir do seu interesse.
Ao final da noite Eloísa e suas amigas foram conversar com os músicos; todas instantaneamente migraram em direção ao vocalista, inclusive ela própria. Não durou muito, quando percebeu Alberto estava perto e os dois já tinham isolado a sua conversa do resto. Falaram sobre tudo, entenderam-se tão bem que assim que ambos chegaram em casa continuaram a prosa pelo computador. Continuara-na todos os dias.
Eloísa estava passando todos os finais de semana no tal bar do França, Alberto liberava a sua entrada, se necessário até pagava sua gasolina. Ela entendia tanto a poesia da vida, pouquíssimo da vida de verdade, mas o rapaz poetizava com ela até esta barreira cair. Eram vistos por todos como um casal, eles eram realmente um, mas nunca nenhum toque além de abraço foi dado. Ambos tentavam fugir um do outro, Eloísa com mais êxito, ela gostava do espaço que Alberto lhe dava, talvez por isso se deixou envolver em demasia. Tudo fazia sentido e tudo era possível, todas as coisas que ela temia eram amenizadas e todas as coisas que ele pensava eram embelezadas. Formavam uma dupla tão boa que até a namorada de Alberto acabou descobrindo. "A confiança é como um espelho".
As coisas ficaram silenciosas por um mês, Eloísa ficou aflita por um mês; Alberto teve de resolver as coisas com a sua primeira dama que morava em outro estado. Quando voltou tudo estava em cacos, não havia mais cola. Alberto e Eloísa eram quase um casal perfeito, mas Alberto desfez.

Cupcake

Eu estava ali naquela música que ele fizera para mim. Eu tinha o meu nome de
doce, doce pequeno, com recheio de licor e muito glacê.
Enquanto ele soava as notas eu ia me procurando, tentando montar as partes de
mim que o meu compositor dissera que estaria.
Era para eu pertencer à'quela musica, eu ansiava fazer parte
de algo que saíra daquela mente.
Notinha por notinha contradizia a minha existência, era tão dodecafônico que,
mesmo que meus olhos estivessem ali fitariam para fora.
Parecia gelado, como paredes de gelo bem construídas, ele parecia gelado.
Esculpiu tudo por fazê-lo bem, não por querer que eu fosse parte.
Meu compositor se virou e entregou a partitura de mim, estava se livrando
de qualquer membro e pensamento meu.

Procurei-me até esvair o ultimo segundo, então, por fim, percebi que eu não
estava mais ali já tinha tempo.

O rosto dele atravessou o meu como uma parede,
uma gélida parede bem construída.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Falar com ele,
cantar ao lado dele,
sorrir com as rugas dele.

Falando de amor...

"(...)
Se soubesses como eu gosto 
Do teu cheiro, teu jeito de flor 
Não negavas um beijinho 
A quem anda perdido de amor 
Chora flauta, chora pinho 
Choro eu o teu cantor 
Chora manso, bem baixinho 
Nesse choro falando de amor 
(...)"
Em qual momento do meu querer você perdeu a graça?
Meu grande homem é Dom Casmurro.
Errante que por vezes
fere com olhares.
Como praxe, meu grande homem
tem sua Capitu, de olhos
expressivos e de ressaca.
Não é Capitu dissimulada,
é moça boa no melhor e pior
sentido da palavra.
Ele tem um cheiro salgado,
cheiro dos homens do mar.
A voz é de senhor de boa fé
e fala como escritor.
Não usa chapéu, se cabelo encaracolado
já encapa a cabeça de maneira formidável
Ele é grande em pequeno e esguio frasco,
sintético em todos os planos.
Meu grande homem é de Capitu,
por mais que dirija-se a mim como Assis.

domingo, 26 de agosto de 2012

Quando as palavras somem é um mau sinal.
O pensamento congela em algumas cenas,
o corpo embarga em algumas sensações.
Nenhum calor humano faz voltar.
Todos os cantos das paginas dos livros
ficam escritos quando as palavras somem.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Ela ainda usava aquelas lentes, fundas e de outra pessoa.
Toda vez em que tentava enxergar longe com elas acabava se frustrando.
Doía a cabeça, mas ela achava que ficava tão bem vestindo as tais lentes
que torturava, fazia-se sofrer. Sem elas era impossível imaginar,
via as coisas nuas cruas, era tudo bem mais simples.
Essa tal simplicidade até lhe seduziu em alguns momentos, todavia não
era o seu par ideal, era prático, não ideal.
As formas faziam sentido ao seu toque, não descobria nada novo, nada
surpreendia o seu olhar; diferente de quando sua cabeça latejava.
Usava as lentes para criar o seu mundo e animar-se com ele, por mais
que não fosse sua dona. O efeito colateral era menos
pesado que o choque da realidade em suas pupilas.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Ali, nas sombras, escondido e faminto.
Bem quietinho, cheio de silêncio e intenções,
observando, lambendo o bico feito um abutre.
Apenas espera alguém abater o alvo,
deixar seus ossos, pelos e sangue velho.
Alguém fará o estrago, alguém 
derrubará e destruirá o cervo.
Fica voando sobre a carniça, esperando e
sentindo o cheiro da janta.
Não precisa do filé inteiro, das coxas,
nem do peito e barriga.
Dê-lhe seu pé e a cabeça, e será feito um 
belo ensopado dos restos.
O melhor tempero é ser um parasita.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

A vida de Joana era resumida em acordes; acordes aumentados e diminutos, acordes das 7 horas e para a vida.

domingo, 12 de agosto de 2012

"Dizem que é um coração partido, mas o corpo inteiro dói."

Toledo, Laura Maria.

A vida o agarrou bem forte, tão forte
que lhe fez sofrer de verdade, sentir na carne os arranhões.
Ele abandonou suas palavras, deixou de publicar como se
sentia, não precisava mais pois tinha para quem e por quem contar.
Não existia mais rima, e em seu blog as poesias antigas ecoavam,
pediam companhia e leitores.
Todas as ideias clamavam o nome dele, mas principalmente a sua
mais assídua leitora. Leitora esta que lia seus poemas e prosas como
um periódico, um jornal, uma novela. Lia por gosto,
para desvendar o rapaz e a sua vida. Não era xereta, só
sofria de um mal chamado ''paixão''. Ele era o mundo desta solitária,
o mundo que se desfazia toda vez em que a poesia perdia
para a vida.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Eu canto; nasci cantando.
Aprendi a chorar e amar cantando.
Eu canto por gostar das palavras,
por gostar da música e por gostar
da minha voz.
Encho a boca e sou feliz ao expelir
todas as melodias que guardei,
todas as poesias que deliciaram
a minha língua e dentes.
Meu canto é oração, lamento,
exaltação e prosa.
Eu canto, é a minha função vital,
pois só sei viver cantando.
Simplifiquei demais as minhas palavras para fugir de você. 
Mal percebi que todas as minhas rimas fracas 
afastaram-me de mim e me aproximaram
indevidamente de sonhos que não são meus. 
Flerto com o samba, mas no fundo não deixo 
de ser a velha bossa-nova. 

domingo, 5 de agosto de 2012

Confidência

"Onde será que está
O choro que embarga a voz,
E as lagrimas de marejar os olhos?
Para onde foram
Os sentimentos mais nobres
E as sublimes sensações
Que preenchiam o meu ser?
Quero saber onde está
O amor, a dor,
E tudo o mais que me fazia viver!
Pois hoje não vivo, apenas existo;
E enclausurado no nada, vagueio,
Sem cansaço nem anseio,
Rumo a lugar nenhum!"


Miguel da Silva, Renato Gustavo.
Sufoque enquanto ainda é um sentimento fetal.
Graças a um bom mulato não penso só em ti; penso samba, penso nele e penso em mim.

terça-feira, 31 de julho de 2012

Leia-me que entenderás o que sinto por ti,
já que minha fala é traiçoeira nega o que me amedronta.

sábado, 28 de julho de 2012

Se fosse possível despir-me-ia de todos os meus sonhos; infelizmente não sou nada após o meu despertar.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Nomme



"Jean:", J'aime ce nom.
"Jean", je souhaite encore plus de cet homme.

Ela faz as coisas passarem do ponto e queimar seu coração.

terça-feira, 24 de julho de 2012

E se Maria não quisesse mais ser sozinha?,
e se Maria quisesse João?
(...)
Conversas alheias me cansam,
assuntos fúteis, exaltações inúteis
São gralhas, hienas, animais
desregrados falando sobre suas
desimportantes peripécias.
Ma(o)rtelam o meu tímpano,
estripam-me dois estribos.
Dão-me enxaqueca e gritos presos.
Falam muito e pensam pouco;
são facadas em meu cérebro.
Conversas assim são propagações
toscas de ondas e pensamentos;
conversas alheias me cansam.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Luvas de Platão


Comprei uma luva que não veste a minha mão.
Fica pendurada na minha janela,
do lado de fora onde eu não posso tocar.
Puno a mim mesma observando o dinheiro mal
empregado, observando minha luva de pelica.
Comprei o par de luvas por fazer meus olhos
brilharem, sem ver se me cabia.
Minhas mãos imploravam-na calor,
tecido ingrato.
Não me deixo partir, procurar outras luvas.
Não me deixo parar de olhar minha luva de Platão.

sábado, 21 de julho de 2012





"Ela prefere imaginar uma relação com alguém ausente do que criar laços com aqueles que estão presentes."

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Agradam-me todas as suas caras,
as diferentes expressões de você.
Todos os seus pelos, apelos,
desesperos, e trejeitos
Gosto das veias que saltam em
seu braço e de como você franze
a testa ao cantar.
Gosto das reações que me causa;
do pelo que me arrepia a nuca,
do frio que infesta meu ventre,
do sorriso besta e congelado.
Agrada-me saber de você,
saber das tuas pintas e feridas,
pois gosto das reações que me causa.



                Esse é o momento em que a mente começa a ficar desregrada. Ela já perseguia o clarinetista. Eliza pensava que aquele poderia ser o homem de sua vida, como todas as histórias de princesa prometiam. Como seria o rapaz quando criança? Eliza supunha que aos 5 anos ele ganhara um clarinete. O menino era travesso, corria pela casa atazanando a empregada, tocava em seu ouvido até não poder mais. Aos 10 ele comprou uma tartaruga, nomeou-na Ofélia, queria nome de réptil, e passeava com ela por todos os lados. Com 13 anos provavelmente ele tivera a sua primeira paixão; a garota devia ter cabelo comprido, ele tem cara de quem gosta de cabelos longos; ele sofreu por ela e prometeu a si mesmo não amar mais em um relacionamento. Aos 15 ele teve 11 namoradas e enterrou Ofélia. Com 20 ele encantou Eliza e virou longos pensamentos.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Jaz

Dói o corpo,
dói.
Jaz o corpo,
e dói.
Jaz, sem corpo.
Jaz, Jaz;
Jazz.
Apenas dói,
sem jazz.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Soneto transfigurado.

Preciso falar do meu amor,
mesmo que não haja nada para se contar.
Preciso narrar como ele olhou para mim,
detalhando cada fibra muscular.

Tentar reproduzir todas as notas
que ele usou ao dizer meu nome,
tentar mostrar o modo como ele
passou a mão sobre os meus ombros.

Quero que todos saibam e me
expliquem o que seu sorriso quis dizer.
Aquele sorriso torto e confuso,
sorriso que durou uns 3 segundos.

Preciso falar com o meu amor,
Preciso desperta-lhe o mesmo ardor
que em meu peito difundiu.


quinta-feira, 12 de julho de 2012

- Gosto de como a sua massa cinzenta funciona.- disse a estranha garota esperando que ele entendesse ''eu amo você''.

Fome


Alimento-me insaciavelmente para tapar a boca que me urge gritos.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Tudo é uma merda.

sexta-feira, 6 de julho de 2012


desistir | v. intr.

desistir
v. intr.
1. Não insistir.
2. Não querer continuar.
3. Abster-se.

Você escreve pelas palavras dela.

Ele ao lado dela veste melhor,
envolve os braços e até
ri um pouco mais.
Eles vivem na mesma cúpula,
eles fecham o circulo com a mesma
grade.
Ela é medíocre, fama sem talento;
Ele é é o contrario.
Mas eles ainda se fecham com a mesma
grade.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

A estrela está morrendo: supernova ou buraco negro?

Hipérbole humana

Somos uma sociedade de poetas,
não mortos, não tão vivos.
Somos, muitas vezes, esquecidos.
O sangue que irriga a tez não é tão
azul;
Nossa moda de viola não é tão
feliz.
Alimentamo-nos de tristeza,
como parasitas em busca de redenção.
Somos um tanto difíceis,
e sonhadores exacerbados.
Gramaticalmente somos hipérboles,
damos muito significado às palavras.
A metáfora é constante, chega até
a fatigar o cérebro;
Mas não há como fugir,
é a verdade que nos cabe.
Não existe direto, não existe fácil.
Drama é o nosso nome,
esperança é o nosso lema,
tristeza o nosso dia e
os sonhos nossa realidade.

2

Poeta que escreve poemas de amor;
Pra quem são suas palavras?
Poeta vil guiado pelo perfume;
Quem é essa flor abjeta que o exala?

Poeta malandro, vagabundo,
porque escreve tanto
se sua poesia é para poucos?

Novos amores e cores
não preencherão suas noites ou suas linhas de beleza.
Ainda blasfemas aos céus por mim?
Ainda sou eu tua poesia? Tua obra-prima?

Ou me igualei ao resto?
Sou eu, finalmente, parte do tudo que não significa nada?
Mas ainda ardo, ainda escrevo, ainda penso e firo.
Ainda te amo!

Por: Laura M. Toledo

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Amor à francesa


Mon amant, mon cauchemar, mon désir, ma nuit:
tout ce qui vous définit.

terça-feira, 3 de julho de 2012


Retirada


Subi no pau de arara
agarrado ao pai dos céus.
Balancei feito um bicho,
mas bicho lá de alguns fidéus.
Virei as costas para a terra
que germinou meu araçá, e,
exaltei esse sertão recheando
a boca com mal falar.
Fui embora, seu Bosco,
levei algumas cabras.
Fui embora, minha prenda,
minha Graça de desgraças.
São João, dai-me amparo,
Santo Antônio desistiu.
Os meus santos vão sumindo
ao percorrer esse Brasil.


segunda-feira, 2 de julho de 2012

Ao acordar


Quem tu pensas que és
para invadir meus sonhos ?
Tu que, em vida real,
estás tão longe de mim,
Como pode um homem ser tão distante da sua arte?

Egoísmo e capricho

Como se fosse pólvora,
festim e foguete, a
tua carne fere a minha.
Deixando exposta, sangrando,
gurnindo e urgindo 
ferozmente ao seu toque.
Devora-me, como se
o gozo fosse infindo.
Exila-me do que não for
teu corpo, detenha-me
com egoísmo e com capricho.
Pois para ti sou, agora, 
extensão do mais ardente desejo
e da mais nociva doença.

domingo, 1 de julho de 2012


Ponha na cabeça o que no coração não cabe:
não é para você, menina.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Desligar

desligar (des- + ligar

v. tr.
1. Desunir (o ligado).

2. Desatar.
3. [Figurado]  Desobrigar.
4. [Teologia]  Absolver.
v. pron.
5. Desatar-se; separar-se; desobrigar-se.

Moreno, qual é o seu tempero
que me deixa no Brasil?

O movimento é precário,
apenas por obrigação,
apenas para (sub)existir.
E, como um vegetal insonso
de raízes superficiais,
você sempre ameaça cair;
por azar não cai.
A colheita ainda demora.
O que ele quer?
Ele não queria nada.
A vida fica tão pequena quando se está apaixonado...

sábado, 23 de junho de 2012

Essa bobagem de paixão...
essa história de amor...
Até hoje não encontro razão,
e talvez nunca vá  encontrar.
Não há nexo nenhum em se apaixonar.

sexta-feira, 8 de junho de 2012


Não sou uma pessoa completa,
nunca me senti assim.
Não sou completamente louca.
Não sou completamente normal.
Não escrevo livros até o fim, contento-me
com uma poesia que não expresse
completamente o que sinto.
Não componho uma música até o final,
paro projetos pela metade.
Não me entrego por completo,
por isso posso dizer que não amei;
não sei amar.
Vivo pela metade, o completo me assusta.
E, talvez, essa constante falta de partes
me deixe em uma permanente tristeza, mas
não completa.
Sou de pensamentos inacabados,
sou meros rabiscos em um papel para esboçar.

domingo, 3 de junho de 2012


E bate um frio na barriga de te ouvir cantar.
Dá um estalo no peito não te encontrar.
Fugitivo dos meus olhos, dos abraços que eu guardo.
Não te ponho no meu bolso, mas ainda tem espaço.
Moreno, não quero mais correr.
Quero te aquietar aqui comigo,
quero deitar em teu cabelo.
Moreno, não quero mais correr.
Te peço, bem baixinho
pra parar de se esconder.

sábado, 26 de maio de 2012


Tudo vibra em outra sintonia;
não há mais ritmo sem ser
o ralentando.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Moço bonito


Moço bonito, que inquieta meu peito,
inquieto é o vento que te traz aqui.
Por que não olha um cadim pra mim?
Por que some no mundo, assim?
Não sabe dos pulos que o coração dá,
sabe nada, quase nada de amar.
Moço bonito, que inquieta meu peito,
vem, te acalento, até o sol raiar.
E quando abrir os olhinhos, bem
de mansinho vou te beijar.

domingo, 13 de maio de 2012


O segredo não é procurar a pessoa perfeita,
mas sim a que menos te irrita.

sábado, 28 de abril de 2012

Ele não merece as minhas palavras.
É para quem não devo sorrir,
e muito menos devo pensar.
Mas faço errado.
Sonho com o ciclista,
aquele livre de mim,
aquele que não me dirige.
O homem cujo o tempo não me cabe
e as pedaladas vão pra longe.
Então eu escuto a sua voz,
leio suas ideias e o devoro.
Encharco-me sem finalidade,
apenas por poesia.
Ele pedala em direção a outra.  

Para as garras de sofia


Ele era grande, mostarda
e de canto.
Mãe Joana colocava um manto,
rendado, surrado e de pano.

Ficava sempre na janela,
por vez tomava chuva e
sol quente em demasia.
O sofá, que antes sorria,
doía com a gata, com as
garras felinas de Sofia.

O triste objeto já
havia tido anos dourados.
Seu encosto almofadado
prestigiara grandes clássicos.

Mas, nada mais importava.
O gigante mostarda conhecia o
seu futuro de sucata.
Joana estava de mudança,
mudança de casa e de classe.
O sofá descasava da atual finança.

Triste fim, senhor mostarda.
Mesmo com o corpo forte, sofia
inutilizou você.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Desestruturando,
aparente falta de sentido.
Silêncio,
silêncio corrompido.
Ambiente inóspito do pensar
e pensa apenas bem difícil
Pesa,
pesa como mil elefantes.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Descompasso

Quero um amparo.
para os dias que passam sem dor,
já tão raros.
Acalentando o meu desamparo,
abrandando o meu desespero!,
que a brisa murmura
em alegrias de amor distorcidas.
Nessas noites com cheiro amaro
teu perfume insolúvel suspiro.
Sem você ao meu lado, eu me
apego e me pego nos restos,
que guardei de você, eu confesso.
Parecido com a flor de setembro,
escondida em um livro e sem cheiro.
Vindo desse romance, descaso,
me perdendo em seu descompasso.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Matuto

Matuto,
eu quero um som da terra.
Quero um batuque raiz,
nada branco nem gris.

Quero o gingado da morena,
nada de frio, só o verão e
o rebolado de Açucena.

Tudo bem fácil de falar,
um som bem mulato.
Não quero choro, só festejar.

Matuto.

sábado, 17 de março de 2012

Ondas de azar

Nenhuma palavra feia era suficiente
para descrever tal onda de azar.
A sorte nunca se manisfestara, mas
maldade do destino assim nunca havia
se visto.
Nada dava certo, nenhum plano era
executado.
Tudo terminava antes mesmo de começar.
''Tome um banho de descarrego''
Disse o umbandista.
Todas as religiões prometiam a cura
dos sonhos que se quebram.
Mas se deus o quisesse o contrario
já teria feito.
Era tempo de espelhos quebrados.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Palavras polidas

Não sou digna de amor ou apreço,
não tenho talento nem vocação.
Meu sorriso é um tanto falso,
e a tristeza em mim bate de supetão.
Não tenho um corpo bonito,
não tenho força para falar,
e, mesmo com as palavras polidas,
não faço nada além de cantar.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Marteladas incoerentes iam.
Era um prego teimoso e torto.
Quebrava, rangia, entortava,
batia.
Só não ficava no lugar, doía
na madeira, lascava-se aos
poucos.
Nenhuma onomatopeia era capaz
de descrever tamanha teimosia
descabida.
O lugar do prego não era ali,
não era cá.
Mas a culpa era do martelo,
com o seu mal habito de
enterrar as coisas.
Desajuízado e confuso, começa
o seu trabalho sem nem verificar
se era um parafuso.
Ecoava o prego o choro de
madeira.
O martelo só fincava, em vão,
Colecionador de Prêmios...
Colecionador de Prêmios...
Você as tem em sua memória,
você as tem em suas contas,
poemas e paredes.
Colecionador de Prêmios,
você me tem em seus braços,
deitada em seu peito,
Você me tem fácil.
Colecionador de Prêmios...
Colecionador de Prêmios...
Quanto tempo
até que eu também,
Me torne Troféu?

Por: Ruivão Barão da Parnaíba, vulgo Laura M. Toledo.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Um ingênuo e fechado Coração.
Estava trancado com 7 chaves, isso já tinha alguns anos.
Ninguém sabia o segredo para abrir, sabia-se, somente, que era um
terreno perigoso para se aventurar.
Até que um dia, por vontade própria, deixou-se bater por um
simpático e esperto rapaz. Seduziu-lhe com palavras e sua abstração.
Tais características deveriam ter servido como alerta, contudo o
ingênuo coração acreditava estar no comando. Cria ele que suas grades,
como de costume, cercaria e expulsaria o intruso, tal um vírus.
A fuga costumeira mantinha-se lá, tornando plausível o histórico.
Aconteceu que, em algum momento do pulsar bombeou empatia, a mais
genuína e involuntária. As grades caíram, os segredos foram revelados
na face e o perigo, que antes oferecia aos outros, mudou de direção.
O único capaz de ferir-se era o prepotente Coração. Mas, como não
queria saber de dor, ele negou, flertou e renegou todos os sentimentos
despertados pelo jovem simpático. Até que sentiu ciumes. "Mas que
insolência, aquieta-te", pensou o Coração. Pensar não convinha,
além disso, era mais ilógico que sentir. Em alguns devaneios ele criava
asas, descasava de todo o medo, apegava-se firmemente ao deleite de tudo.
Logo acordou, e percebeu que uma conversa fazia-se necessária.
O coração, acovardado, revelou tudo ao rapaz esperto e, mesmo descrente,
consolava-se imaginando que tudo seria tal como os devaneios.
Nada é como os sonhos e, durante a proza ele chorou, chorou sem querer.
Depois enganou o mundo fingindo estar saudável. Ainda não tinha a receita
de como curar-se. Sofria em silêncio, batia bem baixinho, mas ainda sim
ele pulsava pelo rapaz.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Valsa do solitário

A vida passava pela janela
e o tempo pelo relógio.
O solitário só contava compassos,
estes onde ele não estava.
Por vezes, quando chovia, aparecia
uma flauta querendo brincar.
Brincava de escorregar nas notas
e fingia ser uma gota.
Logo o silêncio habitual regressava,
fúnebre, fugaz;
o som era apenas dos segundos.
Tic-tac, tic-tac, tic-tac; soava
a valsa, um ternário composto.
Tic-tac, tic-tac, tic-tac;
ponteiros dançavam a dança dos tolos.
Já o solitário olhava, pensava e
contava.
Suas pausas nunca acabavam.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Tomei a musica de outro,
para lembrar de você.
Apaguei as memorias do som
para nele te escrever.
Fiz um poema, um tanto fraco,
dos abraços que me deu.
Cozi um doce bem amargo
do meu beijo que foi seu.
Tudo fica torto,
engolindo as palavras.
Mas não há mal nos versos
quando se está apaixonada.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Acaba, sem querer,
o meu quase romance.
Deixa-me, sem saber,
o meu homem dissonante.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

O meu casal apaixonado

É tradição, um dia você
será a sobra da relação.
O meu casal apaixonado
é, em demasia, apegado.
Em demasia irraciocinal
e perturbado.
O meu casal é doente,
daquela doença chamada
amor, nada latente.
E, quando vivo com esse
amor, não há ardor que
acalente a minha dor.
Não há palavra que rime,
a poesia perde o vime.
O meu casal apaixonado
esbanja alegria e beijos,
não há pudor nos desejos.
Ah, o meu casal,
onde eu não caso, finjo
descaso e então me calo.
É o casal que me detém,
mesmo eu não sendo casal
de alguém.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Qual a razão de tentar encontrar alg(uém)o que eu sei que não existe?

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Ciclista da rua Augusta.

Ele era Francisco,
não o Chico do sertão.
Era paulista,
era malícia,
era artista e
um bom cantor.
O Brasil estava no
rosto e na fala;
ele era ciclista.
Pedalava por passeio,
por anseio e por ardor.

sábado, 21 de janeiro de 2012

Acalento

Hoje quero precisar menos das pessoas.
Não me sentir mal com a ausência
daqueles poucos e dissimulados amigos.
Quero poder viajar o mundo e não ter
para quem voltar.
Poder nunca ter um primeiro beijo.
Hoje é o dia de desistir das pessoas,
desistir de entender suas mentes.
Quero sentir-me livre de qualquer afeto, de
qualquer apego, qualquer alento e acalento.
Deixar de me frustar, enganar-me.
Hoje é o dia de desistir das pessoas.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Falta gradual

No dia em que você foi,
apertou o coração.
Aquela semana a cidade
deixou de ter sentido, e,
naquele mês tentei não
lembrar de como eu
gostei de você.
Com dois meses eu olhei
para outro, eu cantei
para outro e sonhei
com um terceiro.
Em meio ano foi como se
não tivesse sentido falta,
como se nunca tivesse
lhe conhecido.
Naqueles dias você
deixou de ter sentido.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Foi saudade.

Pedi para que ela se retirasse.
A moça saiu, assim bem rápido.
Nem deu tempo de sentir saudade,
mas solidão pareceu um descompasso.
A boca estava vazia,
pedia sorrisos e beijos.
Pedia os beijos daquela moça.
Sorrisos tortos da falsa falta,
dente, ventre, cheiro e bossa.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Um (extraído de http://hotalisman.blogspot.com/2011/11/um.html#comment-form )

"Sonhos são bons
pois são apenas sonhos.
Para os sonhadores,
quando o sonho
vira vida real,
palpável, ele perde o
encanto.
E ai buscam outros
sonhos,
para se lambuzarem
de possibilidades,
e para que a
perfeição exista,
mesmo que apenas
em sonhos eternos."

Frango para o almoço

Eu tenho tentado me acostumar
com o seu rosto,
mas é difícil quando você tem
frango para o almoço.
Eu tento amar as suas manias, meu bem,
mas isso é complicado
quando você se aproxima.
Eu gosto de você quando você me rejeita.
Adoro o seu sorriso quando é para outra.
Eu tenho tentado me acostumar
a gostar de você,
mas eu prefiro quando só eu gosto.
Te ver todos os dias as vezes me enjoa,
que tal não me ver amanhã?
Tenho tentado te tolerar.
Eu tenho procurado gostar do seu cheiro,
gostar do seu beijo e do seu nariz.
Faça com que eu me encante, querido.
Sozinha é complicado gostar de você.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Nenhuma peça de lego.

Bloco de notas

Bloco de notas,
com nota pequena.
Bloco de notas,
fez-me um poema.

Olhos grandes.

Olhos grandes, você roubou minhas palavras.
Aquelas que rodavam o mundo,
agora estão ali, abandonadas.
Sua lente esta posta em mim,
distorcendo a minha visão de tudo.
E, como se pudessem, os olhos que pareciam
sinceros, dissimularam meu mundo.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Mudança social.

Olá, provável 4 pessoas que leem este blog. Mudei o formato do soldiminuto para obter maior interação. Caso prefiram o design anterior, voltarei a usa-lo. Gostaria de pedir que comentassem nas publicações, agora que é possível. Desde já obrigada por lerem, espero que se divirtam.