sexta-feira, 5 de outubro de 2012

José sempre me devolve a poesia que eu perco pelo caminho.
Acanhado, chega pelas sombras trazendo em suas mãos um
punhado de versos para enfeitar o meu cabelo.
Tenta me vestir com suas ideias e,
em prosa, tenta usar as minhas poesias.
José segue meus rastros e pedaços, junta meu quebra-cabeça
de peças tortas e sem encaixe.
Até fez um bom retalho, teve métrica e consonância de palavra.
Deu pena, José, minha poesia é de sofrer, de amar bem longínquo,
não há inspiração sem um bom chorinho.
Deu pra ver, meu José, que quando eu rimo é com rima branca,
de verso quase livre, de instância, verso refém sabe-se lá de quem.




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