Onde estão os dias de sol?
Poucos moribundos podem dizer que já imergiram
em escuridão total.
Ó, a doce sorte de enganar-se e lamentar embebido
por feixes de luz.
Penumbra, cinzas, formas disformes de existência,
por isso eu imploro,
imploro por essa mínima noção de realidade
embrionária.
Poucos moribundos sabem do que falo, do que
ainda não tenho dito.
Ó Fortuna,
Ó inversa fortuna; foi por acaso ou descaso que
para mim as luzes se apagaram?
Fora de mim ou por mim que me fiz rastejar na
ausência, no vácuo, no silêncio?
Aqui todo e qualquer grito é engolido antes
mesmo de sair.
Meus olhos doloridos, se esforçam para encontrar
alguma cor.
Onde estão mesmo os dias de sol?
Poucos moribundos podem dizer que já viram o nada
tão de perto.
Ó, doce lembrança da essência de si, minha e
nostálgica movimentação
Onde guardei minhas ideias e crenças? Onde
guardei a chave de mim?
De fato foram ou apenas as vi como oásis para
beber como convicções?
Poucos moribundos não sabem de si, do que um
dia foram.
Ó Fortuna,
Ó ausente fortuna; de ti sou órfão ou
plenamente responsável de suas razões?
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