terça-feira, 7 de julho de 2015

Roda da Fortuna

Onde estão os dias de sol?
Poucos moribundos podem dizer que já imergiram em escuridão total.
Ó, a doce sorte de enganar-se e lamentar embebido por feixes de luz.
Penumbra, cinzas, formas disformes de existência, por isso eu imploro,
imploro por essa mínima noção de realidade embrionária.
Poucos moribundos sabem do que falo, do que ainda não tenho dito.

Ó Fortuna,
Ó inversa fortuna; foi por acaso ou descaso que para mim as luzes se apagaram?
Fora de mim ou por mim que me fiz rastejar na ausência, no vácuo, no silêncio?
Aqui todo e qualquer grito é engolido antes mesmo de sair.
Meus olhos doloridos, se esforçam para encontrar alguma cor.

Onde estão mesmo os dias de sol?
Poucos moribundos podem dizer que já viram o nada tão de perto.
Ó, doce lembrança da essência de si, minha e nostálgica movimentação
Onde guardei minhas ideias e crenças? Onde guardei a chave de mim?
De fato foram ou apenas as vi como oásis para beber como convicções?
Poucos moribundos não sabem de si, do que um dia foram.

Ó Fortuna,
Ó ausente fortuna; de ti sou órfão ou plenamente responsável de suas razões?

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