sexta-feira, 10 de junho de 2011

Relações estreitas

Não era traição, mas ele sentia como se fosse tal coisa. Não a amava, muito menos amava a sua professora, mas a relação entre as duas lhe incomodava em demasia. Ela, Julieta, era beneficiada de todas as formas, suas qualidades também eram exacerbadas pela, não tão velha, professora Alice. Algumas más línguas já diziam que se tratava de interesse sexual. O fato era: Alice presenteava, ajudava, contemplava e roubava para Julieta de forma nada ética. A predileção era evidente e anunciada para os outros alunos. Ele fazia parte da turma e era o melhor amigo de Julieta; todavia o ego da mesma era tamanho que compactava a já restrita auto-estima do jovem amigo. Ele sentia como se fosse um intruso no mundo, que, discretamente fora construído pelas duas. A troca de cartas entre Alice e Julieta fazia com que o jovem se desfizesse; a agonia era tanta que ele sentia vontade de gritar, rasgar todas as coisas, e machucar a todos. Ele, em outro momento, tentara uma aproximação com a sua professora, no entanto fora falha. Aconteceu no aniversário de sua maturidade. Elas estavam lá, mas se fecharam em um pequeno grupo social. Ele sofria todos os dias, chorava os calos da vida social e de sua subjetiva
falta de capacidade. A opção de silêncio que fizera provocava-lhe falsos sorrisos na presença de Alice, falso bem estar na frente de Julieta, e, também, a sua prisão interna de melancolia.

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